segunda-feira, 19 de maio de 2014

QUALIDADE DA TELEFONIA MÓVEL PIORA NA PARAÍBA

De janeiro a abril deste ano as queixas contra telefonia móvel no Procon-JP (1.000) chegaram quase à totalidade dos atendimentos registrados em 2013.


“Para fazer uma ligação de celular da minha casa, no Valentinha Figueiredo, tenho que entrar no carro e rodar cerca de um quilômetro até encontrar sinal”, desabafou o empresário Romero dos Santos, cliente da Oi.
Somente de janeiro a abril deste ano as queixas contra telefonia móvel no Procon-JP (1.000) chegaram quase à totalidade dos atendimentos registrados em 2013. Diante desta realidade, a Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Paraíba (OAB-PB), anunciou que entrará com uma ação na Justiça Federal, cobrando melhoria no serviço das operadoras.
Os diversos problemas detectados nas ligações feitas de celulares foram discutidos em audiência na sede da OAB, em João Pessoa, no último dia 8, e contou com representantes das operadoras Oi, TIM, Claro e Vivo, membros da Ordem e do secretário municipal de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-JP), Helton Renê.
O presidente da OAB-PB, Odon Bezerra, revelou a partir do que os membros da entidade ouviram, a decisão foi de entrar com uma ação na Justiça Federal contra as operadoras. "Só não podemos confirmar ainda se serão contra todas elas. Esta informação será confirmada na próxima semana”, destacou Odon.
O serviço prestado pela telefonia móvel na Paraíba já era de má qualidade, mas neste ano as operadoras tiveram a proeza de piorar ainda mais.
O número de reclamações contra a má prestação do serviço da telefonia móvel nos órgãos de defesa do consumidor, um dos termômetros, cresceram fortemente no primeiro quadrimestre em relação ao volume dos doze meses de 2012 e 2013.
Em 2012, foram registrados no Procon da capital paraibana 1.022 atendimentos, em 2013 foram cerca de 1.200, sendo 83 processos, e este ano já foram registrados mais de 1.000 queixas e 78 processos contra as empresas de telefonia móvel.
Entre as principais falhas registradas contra as empresas estão: ligação cortando; rede indisponível; ligações incompletas, caindo durante o diálogo; pontos críticos na Grande João Pessoa onde não se consegue sinal; e dificuldade em falar com call center.
De acordo com Helton Renê, o serviço de telefonia móvel no Brasil é um dos mais caros do mundo e a população precisa de melhor tramento pelo que paga. “A audiência pública é um dos instrumentos jurídicos para pressionar as empresas de telefonia a prestarem um melhor serviço”, destacou Renê.
A má qualidade do serviço das empresas de telefonia móvel também esteve na pauta de discussão na 8ª Reunião Senacon com SNDC, realizado nos dias 13 e 14 em Gramado/Rio Grande do Sul. O encontro, organizado pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacom) e Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC) reuniu representantes de Procons de todo o Brasil. Helton Renê, que participou das discussões, destacou que os problemas contra as operadoras são comuns em todo o país. “E no Procon-JP, elas estão no topo dos atendimentos”, frisou.
Apesar das diversas discussões sobre o assunto na mídia, das queixas nos órgãos de defesa do consumidor aumentarem a cada ano, o cliente das operadoras sempre demonstra insatisfação diante de problemas recorrentes.
QUEIXAS
O empresário Romero dos Santos Lima esteve na semana passada no Procon-JP para fazer mais uma queixa contra a empresa. Ele contou que desde 2012 enfrenta dificuldades com a operadora de celular e já tem cinco protocolos de reclamação na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
“Desde quando comecei a usar a Oi enfrento dificuldades para fazer ligação de celular, mas com o passar do tempo a coisa piorou. Como preciso do celular para atender meus clientes em casa, decidi colocar uma linha fixa, também da Oi. Mas há 15 dias o telefone fixo parou de funcionar também. Liguei para a operadora, pediram até 48 horas para resolver, mas até agora nada. Eu pago R$ 100 de conta de telefone, fixo e celular, tudo está em dia e ainda tenho que passar por isso”, declarou.

Fonte: Jornal da Paraíba - 

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