domingo, 17 de maio de 2015

CAMARÕES SÃO PRODUZIDOS EM PLENA SECA EM SERRA BRANCA


Uma solução para evitar problemas ambientais deu origem a uma promissora atividade econômica agroindustrial que pode ser pioneira na Paraíba e com expectativa de receita estimada em R$ 1,8 milhão por ano. Uma empresa de dessalinização aproveita o resíduo salgado da produção de água potável para cultivar camarões que podem crescer até 17 centímetros, com 15 gramas cada, peso superior às dez gramas do mesmo pescado produzido em água doce às margens do Rio Paraíba, onde se concentra a maior parte da produção no estado. A ideia é desenvolvida longe do Litoral, no km 70 da BR-412, na cidade de Serra Branca, a 234 km de João Pessoa, em pleno Cariri, uma área seca do estado.
O projeto foi solicitado no final de 2013 pelo empresário Roberto Gaudêncio, proprietário da Puríssima, empresa de dessalinização que explora água subterrânea, localizada em Serra Branca. A ideia foi elaborada pelo doutor Rui Oliveira Macedo, professor pesquisador da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), na área de Farmácia, epresidente do Conselho Diretor da Fundação de Apoio a Biotecnologia e Inovação (Funbits), onde são promovidos apoios a projetos de pesquisa, tecnologia e incubação de empresas.

Após a aprovação pela Funbits, ainda em 2013, a proposta foi executada pela Puríssima em parceria com a UFPB e com o apoio financeiro do Sebraetec, um braço do Sebrae que torna prestadores de tecnologia e pequenos negóciosmais próximos para que esses micro empresários tenham acesso à mão de obra especializada. 

O professor Rui Macedo diz que o objetivo não era só ampliar atividades econômicas da região, mas também resolver o que seria um problema ambiental, já que o rejeito da água dessalinizada, o que resta do processo de purificação da água (também chamado de ‘concentrado’), não pode ser jogado no solo porque tem altas quantidades de diversos sais que podem intensificar a desertificação.

Por meio dessa proposta, além de fornecer água potável para o mercado, com a retirada dos sais, e proteger o meio-ambiente, o Cariri inicia uma fase inédita da economia, que é a produção de pescado a partir do que sobra da dessalinização da água. Rui Macedo afirma que não tem informações de projetos semelhantes na Paraíba ou em outros estados do Nordeste e traz mais detalhes sobre como tudo começou.

“A ideia foi concebida por mim em função da preocupação que tenho com a escassez de recursos hídricos da região do Cariri paraibano e que resultará na necessidade de obtenção de água potável através dos processos de dessalinização. Algumas empresas já usam este processo para purificação de água, vendendo-a no mercado. Este é o caso da empresa Puríssima que gera para cada litro de água purificada, um litro de rejeito que contém altas concentrações de sais e não pode ser jogado no solo. A nossa preocupação era sobre o que fazer com aquele rejeito para que a empresa pudesse continuar com a atividade econômica.


Fonte: Portal Correio

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